Como o tempo voa, parece que foi ontem... Tinha eu uns 8 anos era apenas mais um miúdo que por aí andava, sem problemas, tudo na descontra. Saía de casa com um calor abrasador e lá ouvia a Dona Adelaide a gritar "Leva o chapéu!!! Olha o Sol!!" mas queria lá eu saber disso, só queria ir ter com os meus amigos, divertir-me á grande. Não bastava andar a correr e a sujar-me todo que também tinhamos outras brincadeiras de miúdos, faziamos guerras de balões de água, chegavamos a casa todos molhados, prontos para o banho, mas também tinhamos vezes em que a brincadeira era tocar ás campainhas e fugir o máximo que conseguissemos, muitas das vezes eu acabava estendido no chão todo esfolado. Velhos tempos em que não tinha de me preocupar com nada, a escola era simples, e o resto dos problemas eram todos invisiveis para mim. No que conta a raparigas nessa idade cada dia tinha uma nova, mas nenhuma delas sabia que eu namorava com elas, apenas eu, era um namoro assim meio estranho, mas pelo menos não me desiludia. Só queria voltar a essa altura.
Será assim que ficarei, sozinho. Perdido em pensamentos de culpa é onde mais me perco nestes últimos dias, pensamentos de que fiz asneira, pensamentos que não desejo a ninguém mas que me são merecidos. Nunca esperei que algum dia me pudesse sentir assim, nunca pensei de conseguir ser tão merdas como fui, criticar terceiros e depois acabar por fazer o mesmo, prometer coisas a alguém e depois não as conseguir cumprir, coisas essas que acabam por passar por mentiras.
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