Dou por mim meio acesso meio apagado, com uma sensação tão estranha, deitado no sofá a pensar se terá sido culpa minha ou simplesmente uma burrice tua.
Teres ido sem uma explicação não terá sido de todo correto, mas de todas as formas deixa-me na dúvida, e a remoer por dentro. Porque foste? Porque foste tão cedo mesmo sabendo que tinhas um filho para criar? Porquê? Diz-me caralho!
Devias ter pensado antes de tomares esta decisão, devias ter pensado que para um miúdo de 3 ou 4 anos crescer sem um pai por perto não seria fácil, a presença masculina seria fundamental, deverias ter sido tu a ter algumas conversas comigo sobre o que deveria ou não fazer, deverias ter sido tu também a dar-me na cabeça quando eu fazia merda, devias sabes? Devias mesmo...
Gostava de ter chegado à idade que tenho hoje e dizer que consegui herdar muito de ti, mas é tão complicado, porque de ti tudo o que herdei foi desilusões e mais desilusões, ganhei noites em branco, ganhei lágrimas e ganhei muita revolta, coisa que nunca deveria ter acontecido porque o suposto era seres a pessoa que mais me amava na minha vida.
O problema sou eu, essa é a grande verdade. Não mereço nada, não mereço o chão que piso, não mereço o lado bom das pessoas. Apego me, apego me rápido demais, se é que me apego realmente, na minha cabeça penso que sim e quando chego a meio vejo que não dá mais, acabo por desiludir as pessoas sem me aperceber disso. Não deveria ser assim, eu não sei que se passa dentro de mim, já não me conheço, não sei se este sou realmente eu, mas se for, eu juro que não me quero conhecer mais. Desiludido comigo mesmo, é assim que estou.
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